sábado, 31 de julho de 2010

Identificadas as células que originam o cancro da próstata

 cancro da próstata vitima todos os anos inúmeros indivíduos do sexo masculino, sendo a forma mais comum de cancro, em homens, nos Estados Unidos da América, onde todos os anos cerca de 10 000 indivíduos morrem devido a esta patologia. Contudo, cientistas norte-americanos deram recentemente um importante passo para a compreensão do desenvolvimento desta doença.

 Acontece que, anteriormente, a hipótese mais aceite pela comunidade científica era a de que eram as células luminais da próstata (ou seja, as células próximas da cavidade interior deste órgão) que originavam este tipo de tumores, pois estas assemelhavam-se às células tumorais. Contudo, cientistas norte-americanos demonstraram que são as células basais que existem no tecido da próstata que estão na origem deste tipo de cancro. Estas células, contrariamente às luminais, proliferam muito mais facilmente, assemelhando-se no tecido da próstata, em termos de funções, a células-tronco. Já as células luminais, produzem sobretudo proteínas essenciais para a reprodução.

 A experiência realizada pelos cientistas consistiu na introdução de tecido da próstata humana saudável em ratos, onde foi inibida a actividade do sistema imunitário, de modo a induzir-lhes o aparecimento de cancro nesse órgão, permitindo monitorizar as alterações registadas. De referir que, segundo os investigadores, esta descoberta pode originar métodos de diagnóstico mais eficazes e até novas formas de tratamento contra o cancro da próstata.

Fontes: http://www.physorg.com/news199624374.html (31/07/2010)
           http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1630129&seccao=Sa%FAde (31/07/2010)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Produção de biodiesel por algas apresenta desvantagens ecológicas

 A produção de biodiesel por parte de algas parece ser uma solução ecológica para a produção de um combustível, visto que para ser produzido biodiesel é necessário que ocorra a absorção de dióxido de carbono por parte destes seres vivos. Contudo, estudos mais recentes indicam que a quantidade de gases de efeito de estufa gerados aquando da produção deste biodiesel é cerca de quatro vezes superior à quantidade de gases libertados aquando da produção de gasóleo.

 Acontece que para as algas produzirem biodiesel, estas necessitam de estar expostas à luz solar e, como estas se encontram dentro de tubos, é necessário fornecer-lhes energia para "movê-las" e assegurar que contactam adequadamente com a luz solar.

 Se produzir biodiesel em biorreactores tubulares parece ser uma má opção, sob o ponto de vista ambiental, a produção deste tipo de combustível, por parte de algas, em lagos abertos (como os da imagem à direita) também não é solução. Apesar de a produção de gases de efeito de estufa ser menor, a água dos lagos tende a evaporar (o que acarreta um maior consumo de água) e a quantidade de biodiesel produzida é menor.

 Dessa forma, dada a necessidade de encontrar um combustível "verde", investigadores estão a desenvolver biorreactores fechados, onde as algas circulam à custa do fornecimento de pouca energia.


Fonte: http://www.newscientist.com/article/mg20727704.700-biodiesel-from-algae-may-not-be-as-green-as-it-seems.html (31/07/2010)

sábado, 24 de julho de 2010

Investigadores portugueses desenvolvem tecido "imune" à sujidade

 Quantas vezes desejamos que os nossos tecidos não se sujassem? Pois bem, esta já não é uma ideia utópica, pois investigadores portugueses do Centi (Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes), em Famalicão (no Norte de Portugal) desenvolveram um tecido que não se sujam e que em breve será comercializado no mercado sob a forma de guardanapos e toalhas de mesa.

 Este tecido, denominado "easyclean", é fabricado com recurso a nanomateriais que impedem substâncias aquosas e oleosas de penetrar nele e, como tal, que se suje. Para além disso, o tecido é fácil de limpar, o que leva a que tenha de ser lavado menos frequentemente, o que resulta na poupança de água e na diminuição da quantidade de detergente (que apresenta uma grande quantidade de produtos químicos) utilizado. 

 A comercialização dos guardanapos e das toalhas de mesa, fabricados com recurso ao "easyclean", será levada a cabo pela empresa Têxteis Penedo, algo que resultou da parceria entre os investigadores do Centi e o Citeve (Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário), esperando-se que a Têxteis Penedo lucre, num período entre um a dois anos, cerca de um a dois milhões de euros, à conta destes novos produtos.

 Para além deste tecido que não se suja, o Centi tem vindo a desenvolver muitos outros objectos úteis para o consumidor e, simultaneamente, ecológicos, recorrendo à nanotecnologia, nomeadamente, couros "livres de odores desagradáveis" e um ladrilho que funciona como interruptor de electricidade (que controla a intensidade de emissão de luz).

Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1625528 (24/07/2010)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Peixe ajuda a recuperar ecossistema aquático "morto"

 O ecossistema de Benguela, um ecossistema aquático localizado na costa de Angola e da Namíbia (no sudoeste de África), está infestado por medusas e algas, tornando este ambiente desfavorável para o desenvolvimento de outras espécies. O ecossistema de Benguela fora, outrora, um local de captura de sardinha, tendo sido a pesca excessiva a responsável por esta situação.

 As condições não são, então, favoráveis ao desenvolvimento de uma comunidade biologicamente diversa: As algas presentes no ecossistema consumem uma grande quantidade de oxigénio, levando a que no fundo oceânico os níveis deste gás sejam inferiores a 10% (uma quantidade muito reduzida para a maior parte das criaturas marinhas). Já ao nível da superfície, onde existe maior quantidade de oxigénio, existe uma presença uma concentração elevada de algas e medusas, o que não é propício ao desenvolvimento de outras formas mais diversificadas de vida. Por outro lado, quando as algas morrem, caem e libertam uma grande quantidade de ácido sulfídrico, um gás venenoso. 

 Contudo, um peixe da família Gobiidae, de nome científico Sufflogobius bibarbatus (von Bonde, 1923) não só conseguiu sobreviver nesse ecossistema inóspito, como se estabeleceu nele plenamente. Este peixe alimenta-se de restos de algas mortas, conseguindo sobreviver no fundo durante o dia (o seu baixo metabolismo permite-lhes aguentar níveis reduzidos de oxigénio), emergindo durante a noite para captar oxigénio. O facto deste peixe ter predadores naturais permite a reciclagem de nutrientes neste ecossistema, o que poderá permitir que este recupere a biodiversidade de outrora. 


 O vídeo seguinte (em inglês) mostra as estratégias adoptadas por Sufflogobius bibarbatus para sobreviver neste ambiente:



Fonte: http://www.newscientist.com/article/dn19182-super-goby-helps-salvage-ocean-dead-zone.html (21/07/2010)

domingo, 18 de julho de 2010

Mosquitos geneticamente modificados são a nova esperança no combate à malária

 A malária é uma doença provocada por um parasita, que todos os anos é responsável pela morte de mais de um milhão de indivíduos, sobretudo em África. Acontece que o parasita, um protozoário do género Plasmodium, entra para a corrente sanguínea humana aquando da picada de um mosquito do género Anopheles já infectado por esse protozoário (sendo o mosquito, por isso, o vector de transmissão do parasita).

 Deste modo, como forma de impedir o desenvolvimento do parasita nos mosquitos do género Anopheles (sendo impedida assim a transmissão de malária para os seres humanos)investigadores norte-americanos alteraram o genoma de alguns indivíduos deste género. Seguidamente, os cientistas injectaram o parasita da malária em 90 dos mosquitos, tendo constatado posteriormente que o desenvolvimento do parasita fora completamente bloqueado, ou seja, a alteração genética em causa tinha imunizado os insectos contra o protozoário.

 Esta "imunização" foi conseguida à conta de uma alteração num único gene, estando esse envolvido na produção de insulina. Isto representa uma vantagem relativamente a outras abordagens similares, mas anteriores a esta, que recorriam à modificação de vários genes e não alcançavam uma taxa de sucesso tão grande.

 O próximo passo estará relacionado com a substituição dos mosquitos do género Anopheles "normais" existentes na natureza, por estes, geneticamente modificados e que impedem a 100% o desenvolvimento do parasita da malária no seu interior, o que não será, certamente, uma tarefa fácil.

Fontes: http://articles.latimes.com/2010/jul/17/science/la-sci-malaria-20100717 (18/07/2010)
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1620269&seccao=Sa%FAde (18/07/2010)          

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Cientistas respondem à velha questão: "Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?"

 Todos nós conhecemos o enigma "Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?", que quando colocado no quotidiano, não leva a conclusão alguma (se respondemos "o ovo" perguntam-nos "quem o pôs" e se respondemos a "galinha" perguntam-nos "de onde ela surgiu").

 Contudo, investigadores britânicos descobriram a resposta científica para esta questão, sendo que quem nasceu primeiro foi então a galinha. Este estudo, que utilizou o supercomputador HECToR, evidenciou que uma proteína essencial para a formação do ovo de galinha (como o conhecemos actualmente, visto que o ovo em si, na generalidade, é um instrumento reprodutivo muito antigo), denominada ovocledidin-17 (OC-17) apenas é produzida nos ovários dos indivíduos desta espécie. A proteína OC-17 é detectada na casca dos ovos, nomeadamente na parte mais dura, porém, até agora desconhecia-se que esta substância desempenhava um papel tão importante, na formação da casca dos ovos, nomeadamente no que toca à formação dos cristais de calcite presentes na casca, a partir de carbonato de cálcio. O supercomputador foi utilizado para mostrar quais os passos que levam à formação do ovo.

 Antes deste estudo ter sido levado a cabo, suspeitava-se que tinha sido o ovo de galinha que tinha surgido primeiro, todavia, os factos científicos apontam no sentido contrário. Por isso lembre-se: Da próxima vez que alguém lhe colocar este famoso enigma, responda que foi a galinha quem surgiu primeiro, pois sem a galinha não teria sido possível a produção de OC-17 e, consequentemente, nunca poderia ter surgido o ovo de galinha, com as características que apresenta na actualidade.

Fontes: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1618144
http://www.thestar.com/living/article/836216--science-answers-the-question-which-came-first-the-chicken-or-the-egg?bn=1
http://www.nydailynews.com/news/world/2010/07/14/2010-014_which_came_first_the_chicken_or_the_egg_the_chicken_researchers_say.html

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Tibetanos alcançam recorde da mais rápida alteração genética

 Não consta que os desportistas tibetanos tenham alcançado muitas medalhas, contudo o povo tibetano detém já um recorde bem diferente daqueles que normalmente ouvimos falar - trata-se do recorde da mais rápida alteração genética registada.

 Acontece que os tibetanos vivem em regiões de elevada altitude, habitando grande parte em locais situados a mais de 4400 metros acima do nível médio das águas do mar. Ora, a essa altitude os níveis de oxigénio são cerca de 40% menores que ao nível da água da mar, sendo que indivíduos provenientes de baixas altitudes, quando expostos a essas condições, acabam por sofrer de hipóxia, uma condição patológica associada à privação de oxigénio e que se manifesta através de dores de cabeça e fadiga.


  Através da comparação entre o ADN de 50 tibetanos (que não sofrem de hipóxia) e o de 40 chineses da etnia Han que vivem a cerca de 2000 metros de altitude, investigadores norte-americanos encontraram diferenças nos genes relacionados com o transporte de oxigénio no sangue (nomeadamente com a produção de glóbulos vermelhos e de hemoglobina). Visto que as duas populações estudadas divergiram (isto é separaram-se) há cerca de 2750 anos, esta alteração genética verificada nos tibetanos tratou-se da mais rápida alguma vez registada em seres humanos.

Fonte: http://www.newscientist.com/article/dn19117-tibetans-adapted-to-high-life-at-recordbreaking-rate.html (12/07/2010)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Desenvolvimento de uma vacina contra o HIV mais próximo com nova descoberta



 A infecção por parte do vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana) provoca uma diminuição do número de leucócitos (glóbulos brancos com função, sobretudo, de defesa do organismo), estando associada à síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA), a maior epidemia dos tempos modernos. O facto deste vírus afectar o sistema imunitário e a não existência de uma vacina contra o HIV, levam a que mais de 30 milhões de indivíduos já tenham morrido, devido à infecção com HIV, num período de somente 29 anos.

 Contudo, investigadores norte-americanos descobriram dois anticorpos (já denominados VRCO1 e VRCO2) que conseguem impedir a infecção de mais de 90% das variedades do vírus HIV, de forma eficaz, o que representa um avanço significativo na tentativa de desenvolvimento de uma vacina contra este vírus. Para além disso, os cientistas conseguiram também já compreender o método de funcionamento destes anticorpos.

 Dessa forma, a equipa de investigadores está já a desenvolver uma potencial vacina, que estimule a produção em "grande escala", por parte das células do nosso organismo, de VRCO1 e VRCO2, sendo a eficácia desta posta à prova na fase de testes.

Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1614043&seccao=Sa%FAde (09/07/2010)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Células NK responsáveis pelo aparecimento de doença auto-imune

 Alopecia areata é uma doença que se caracteriza pela perda de cabelo (frequentemente na nuca) e que começa com o aparecimento de pequenas regiões onde o cabelo está ausente, evoluindo posteriormente para a perda de todo o cabelo (alopecia totalis), ou mesmo de todo o pêlo corporal (alopecia universalis). Esta é uma patologia comum que afecta cerca de 2% da população mundial.

 Já se sabia que Alopecia areata era uma doença auto-imune, ou seja, uma patologia na qual o sistema imunitário ataca tecidos saudáveis do organismo. Contudo, desconhecia-se qual o mecanismo biológico que ocorria, de facto, para que se desencadeasse Alopecia areata. 

 Todavia, um estudo realizado por investigadores da Columbia University (em Nova Iorque) sugere que é o ataque das células NK (uma classe de glóbulos brancos, mais propriamente de linfócitos, também conhecidas por Natural Killer cells, ou células Exterminadoras Naturais) aos folículos capilares (imagem da esquerda), que provoca esta doença auto-imune. Para explicar este fenómeno, visto que as células NK, normalmente, apenas atacam células tumorais ou infectadas por vírus, os cientistas encontraram 18 genes relacionados com Alopecia areata, de entre os quais um gene chamado ULBP, que codifica uma proteína activadora das células NK.

 Esta descoberta pode então ser determinante para a compreensão e tratamento desta patologia.


Fontes: http://www.newscientist.com/article/mg20727675.400-natural-killer-cells-are-at-root-of-hairloss-disease.html
           http://www.naaf.org/site/PageServer?pagename=about_alopecia_intro
           http://en.wikipedia.org/wiki/Natural_killer_cell (06/07/2010)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Encontrados fósseis mais antigos de indivíduos pluricelulares

 Os primeiros organismos vivos eram unicelulares, ou seja constituídos por uma única célula. Posteriormente, como uma célula não pode aumentar indefinidamente de volume, agregados de seres vivos unicelulares formaram colónias (tal como acontece com as algas do género Volvox, na imagem da direita), que evoluíram posteriormente para seres pluricelulares (organismos com mais do que uma célula), com todas as vantagens que daí advêm (nomeadamente o aumento de volume e a especialização de grupos de células em diferentes funções).

 Devido à falta de registo fóssil, é praticamente impossível para os investigadores afirmarem com exactidão, quando apareceram os primeiros indivíduos pluricelulares. Os fósseis mais antigos de organismos com mais do que uma célula eram, até agora, os de Grypania (pensa-se que uma alga) encontrados no estado norte-americano do Michigan datados com 1,9 biliões de anos.

 Contudo, novos fósseis encontrados no Gabão (imagem da esquerda), em África, podem "tirar o recorde" aos fósseis de Grypania, visto contarem com 2,1 biliões de anos. É o tamanho dos organismos presentes nestes fósseis recentemente encontrados, cerca de 12 centímetros de comprimento, que leva os cientistas a afirmarem que estes podem ser os primeiros indivíduos pluricelulares encontrados (uma única célula nunca atinge semelhantes dimensões). De referir que estes organismos foram preservados (ao contrário de muitos outros, seus contemporâneos), pois as partes do seu corpo (mole) foram substituídas por minerais de pirite.

Fonte: http://www.newscientist.com/article/mg20727674.100-fossilised-cell-blobs-could-be-oldest-multicellular-life.html (02/07/2010)
 
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